Garça-negra caçando com dossel em Botsuana
Na cena capturada na imagem do dia, uma silhueta escura se desenha contra as águas rasas: é a garça-negra em plena caça. Com um movimento fluido, ela abre suas asas em um arco, criando uma sombra perfeita sobre a superfície—que reduz o reflexo e melhora sua visão sob a água. Para os peixes abaixo, parece um refúgio contra a luz intensa. Mas, na verdade, é a icônica estratégia da "pesca em dossel", uma emboscada meticulosamente arquitetada.
No Brasil, embora não vejamos a garça-negra em nossos rios e manguezais, suas primas não ficam atrás em astúcia. O socó-boi, mestre da paciência, permanece imóvel como uma rocha por horas, esperando o momento exato para atacar. Já a garça-branca-grande, com um olhar clínico, desliza pelas margens das lagoas em busca de qualquer sinal de movimento sob a água. Entre camuflagens sutis e ataques relâmpago, as aves pescadoras mostram que, quando se trata de sobrevivência, cada uma tem sua estratégia. Se a garça-negra transforma suas asas em armadilha, por aqui, a natureza ensina que há muitas formas de caçar—e todas elas são espetaculares.